domingo, 18 de setembro de 2011

Noh, Sang-Kyoon

Noh, Sang-Kyoon escolheu seguir seus mitos pessoais como fonte e motor de seu processo criativo. Milhares de lantejoulas recobrem telas e esculturas, a partir de lembranças que vão de um saco de lantejoulas de sua mãe, de figurinos de cantores na televisão e a uma experiência de quase morte na infância, quando quase se afogou. Ele percebeu então que é possível morrer em vão: como ninguém, sem propósito, como um peixe sem escama está condenado a morrer. Mais tarde ele traduziu estas memórias em uma série de trabalhos utilizando lantejoulas, criando uma aparência brilhante de escamas de peixe – as quais são essenciais para a sobrevivência destes.


Na série “Para os Adoradores”, Noh, Sang-Kyoon eleva objetos do cotidiano para o reino da meditação – um ato que é ao mesmo tempo sutil e surpreendente. Uma estátua de Buda perde seu significado como um símbolo majestoso de grande reverência e poderes religiosos e passa a ser uma divindade que é mais humana, engraçada e acessível. Seus budas não vestem roupas de monge, mas sim lantejoulas de cores chamativas.


Como lantejoulas coloridas em camadas e multidirecionadas ele cria telas planas, uma reminiscência à pintura minimalista. Enquanto no início da série “Peixes”, os discos brilhantes trabalhavam para fazer referência ao aspecto de escamas, em suas últimas obras, o conceitual e o espiritual são cada vez mais justapostos com o material e o mundo imaginário. Ao explorar as características da lantejoulas para criar ilusões de ótica, ele revela seu trabalho como uma fantasia e também, paradoxalmente, como parte de como nós reconhecemos o mundo em que vivemos. O que é visto, percebido e acreditado não é mais simplesmente verdade, mas um fenômeno onde o real e o espiritual colidem. E os nossos pressupostos de como o objeto é feito para ser visto, são desafiados. As obras tornam-se altamente subjetivos e a participação do público torna-se parte ativa de suas obras.


Em sua última série “Constelações” começamos a ver os círculos de lantejoulas, algumas pequenas e separadas, outras maiores e a fusão com outras em formas caóticas, em grandes telas. No início parecem ser representações abstratas da vida orgânica ou como células que crescem em todas as direções. Em uma inspeção mais próxima, o espectador começa a perceber que os círculos são semelhantes a constelações. O artista transporta o espectador para o reino dos adoradores de estrelas ao criar estas constelações. Permite ao espectador a busca de uma narrativa pessoal para criar ordem no caos aparente e encontre seu lugar no mundo.


Noh, Sang-Kyoon nasceu em 1958 em Monsan, Coréia. Formou-se Bacharel em Pintura na Universidade Nacional de Seul e, posteriormente, estudou em Nova Iorque, onde obteve seu mestrado em pintura pela Pratt Institute. Em 1999, ele foi selecionado para representar a Coréia na 49ª Bienal de Veneza, onde ganhou a atenção internacional. Seu trabalho tem sido exibido na Coréia, Japão, China, França, Inglaterra, Alemanha e Estados Unidos. Esta é sua terceira exposição individual na Galeria Bryce Wolkowitz.

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